Não basta sonhar

     Ei, tá tudo bem você sentir dor de cabeça e não querer falar com mais ninguém, ás vezes teus pensamentos estão altos demais para escutar o som da voz de outra pessoa. Tudo bem se fechar um pouco, se calar e dar esse espaço para si. Tudo bem preferir sentar e ler um livro ao invés de estar rodeada de pessoas gritantes. Está tudo bem e sobre controle preferir ir apenas tomar um sorvete com uma amiga, dar uma pequena volta pelo calçadão, ao invés de querer festa, barulho, bebida e gente vomitando. Isso não te torna melhor ou pior que ninguém, é apenas você, não deixe que te digam que você está perdendo tempo, que não está vivendo e se aventurando. Ler também é descobrir coisas novas, trocar uma ideia com uma ou duas pessoas também é se aventurar e se descobrir. Você não precisa tentar se diminuir ou se esticar para caber no mundo de ninguém, o seu próprio está ótimo, afinal, é seu, é seu lugar, suas escolhas, seus desejos e tá tudo bem. Você não precisa se forçar...

  Oi.      Estou aqui para falar sobre autoestima. Você até pode me dizer quais são os seus conflitos mais íntimos, seus medos mais internos e choramingar o quanto você quiser, mas... eis um tapa na sua carinha antes de tudo: lamentar, reclamar, ficar com raiva e qualquer outro sentimento nessa categoria “me odeio/odeio minha vida” só atingem uma única pessoa; você. Afinal, quem é que limpa o seu rosto depois de uma madrugada inteira debulhada em lágrimas? Quem é que troca a fronha do seu travesseiro encharcada pela manhã? Quem é que usa demaquilante pra tirar o restinho de maquiagem que ficou? Quem é que acorda todos os dias e vai atrás dos próprios sonhos? Quem veste suas roupas em você, escova seus dentes e enfrenta outro dia de trabalho e estudo? Se a resposta for “eu” para todas essas perguntas, por que é que diabos de motivos você se importa tanto com a opinião alheia? Por que as pessoas e suas falas fúteis lhe agridem tanto? Por favor né! Porque pra a...

  Repetidas vezes me encontrei na mesma cena: Sentada de frente para a escrivaninha com as pernas cruzadas na cadeira e o computador com a tela vazia, em branco. Geralmente quando isso acontece é porque eu quero dizer algo, porque tem algo dentro de mim que eu quero colocar pra fora, uma mistura de sentimentos loucos e complexos que, ás vezes, nem eu entendo; porém, as palavras digitadas eram para ser sobre eu e sobre o que estou sentindo neste exato momento... Bom, nem sempre as coisas funcionam assim. Quantas vezes a gente age, fala e pensa sobre algo que não é propriamente nosso? Quantas vezes sentei nessa mesma cadeira e tentei escrever coisas pensando naqueles que iriam ler, no que eles iriam pensar? Foram várias! Várias e várias vezes! Eu tentei escrever aquilo que estava sentindo e de repente meus pensamentos voam pra longe pensando naquele que lerá esse texto depois, escolhia as palavras com cuidado pra não tentar ofender ninguém e no fim das contas eu continuava igual...

  Eu cresci. Cresci em meio ao nossos encontros e desencontros, entre as lágrimas derramadas e as batalhas do dia a dia vencidas. Cresci te querendo muito e logo em seguida, cresci não te querendo mais. Cresci olhando nos seus olhos e sentindo os melhores sentimentos do mundo explodirem dentro de mim, também cresci não querendo encarar o seu rosto pelos próximos mil anos, mas eu superei isso, afinal, quando a gente cresce aprendemos a superar e a olhar pra frente, eu olhei, juro que olhei. Também cresci nas tardes deitados na cama, olhando para o teto branco ou encarando os detalhes da janela, enquanto o silêncio consumia o quarto. Eu me vi em meio ao caos, perdida, mas você estava ali, também me dei conta da imensa felicidade que se expandia no meu interior nos mais puros momentos de paz e adivinha? Você também estava ali, bem perto, vivenciando tudo. A verdade é que: Nós procuramos alguém para amar e para ser amado, eu encontrei você, talvez tenha sido a pior escolha da minh...